...aquecer-lhe a alma, tal como me aqueceu o coração...

De facto, não existem 2 processos iguais. Este é o processo de venda da D. Isabel e do Sr. Vitor.

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Esta moradia T3+1 em Santa Luzia estava recheada de memórias felizes para a D. Isabel. Foi a casa onde viveram os pais toda a vida, a casa onde nasceu e onde viveu uma temporada quando casou.

Manteve-se ali muito próximo até hoje e, como tal, tem uma estima muito grande tanto pela casa como pela rua, que pretendia manter pacífica e com pessoas com que tivesse a certeza que iriam zelar tanto pela casa como pela comunidade, como a própria D. Isabel sempre zelou.

Quando abordei a D. Isabel pela primeira vez, não estava interessada, de todo, em colocar a casa à venda, muito menos com imobiliárias. Estava muito fixa no valor que acreditava valer. Não tinha pressa absolutamente nenhuma, e felizmente também não estava a precisar disso para viver.

Poderia escrever um livro sobre este processo mas vou-me limitar a contar-vos os dois momentos que mais me marcaram:

Momento de Assinatura de Contrato Promessa de Compra e Venda: 

Clientes compradores, clientes vendedores e as duas mediadoras, todos sentados à mesma mesa. A reunião durou uma hora e meia e só me lembro da D. Isabel se levantar, empurrar a cadeira para trás, estender a mão e dizer: Sr. Marco (cliente comprador), temos negócio fechado!” Nesse momento todos bateram palmas e houve inclusive lágrimas de emoção à mistura. Que emoção!!!

O segundo momento foi à saída da reunião, todos de máscara, já a despedirmo-nos todos felizes em que a D. Isabel diz para o Sr. Marco e D. Sílvia: “Olhem, sabem que mais? Que se lixe o COVID, dêem cá um abraço mas é!!” E desatamos todos aos abraços com o coração a irradiar felicidade por todos os lados!

A partir desse momento foi como se nos tivéssemos tornado todos uma só família, todos a remar para o mesmo lado e a desejar ansiosamente que tudo corresse bem até o momento em que seriam oficialmente vizinhos.

Aprendizagens:

Durante o processo apercebi-me de algumas coisas importantes:

  1. Quando nos dizem que não querem trabalhar com imobiliárias o que querem dizer é que provavelmente tiveram uma má experiência no passado;
  2. Quando nos dizem que não querem trabalhar em exclusivo, o que querem dizer é que ainda não nos conhecem o suficiente para nos darem esse voto de confiança;
  3. Quando nos dizem que 5% de comissão é muito, o que querem dizer é que ainda não mostramos o valor do nosso trabalho;
  4. Quando não querem baixar o valor do imóvel, o que querem dizer é que ainda não perceberam porque é que o valor está alto e o estado do mercado atual
  5. Quando estão a pensar rescindir o contrato, o que querem dizer é que não estão satisfeitos com o nosso trabalho e que provavelmente não estamos a cumprir com o que prometemos fazer para vender o imóvel.

Neste processo, que à partida indicava todos os sinais para ser um caso perdido, percebi mais uma vez que, somos todos pessoas, gostamos todos de ser ouvidos, de ser percebidos, de ter abertura para exprimir quando não gostamos do rumo que as coisas estão a levar, de estar a par do decorrer do processo e de pessoas genuínas. Naturalmente identificamo-nos mais com umas pessoas do que com outras, neste caso posso claramente dizer que tanto eu como a Equipa Tribo ganhamos uma amiga para a vida.